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As medidas de choque tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE) no início do mês de Setembro continuam a surtir um efeito positivo nos bolsos dos portugueses com crédito à habitação. Quem revir a taxa de juro do seu empréstimo da casa este mês vai ver a prestação reduzir-se entre 1,7% e 3,4%, com os contratos indexados à Euribor a seis meses a beneficiarem do maior corte de encargos.

Nos créditos que têm como referência o indexante a seis meses, o valor da prestação desce em torno de 3,4%. O encargo mensal cai 11,57 euros para 330,11 euros, o que equivale ao maior corte dos últimos dois anos. Isto tendo como base o cenário de um crédito de 100 mil euros com um prazo de 30 anos e um ‘spread' de 1%. Também nos contratos associados à Euribor a três meses, que sejam alvo de revisão em Novembro, a factura com a prestação da casa ficará mais barata.

 

Partindo do mesmo cenário, a prestação reduz-se em 5,72 euros para 325,42 euros, correspondente a uma redução de 1,7%. Já os empréstimos indexados à Euribor a 12 meses beneficiam de uma diminuição de 2,8%, com a prestação mensal a encolher dez euros, para os 337,4 euros. Para os empréstimos associados a este indexante trata-se também da maior queda dos últimos dois anos.

Os encargos mensais com os empréstimos à habitação seguem assim para novos mínimos históricos, a acompanhar os cortes da taxa de juro de referência da zona euro. No início de Setembro, o presidente do BCE, Mario Draghi, surpreendeu o mercado ao anunciar mais um corte do preço do dinheiro para um novo mínimo de sempre de 0,05%, uma medida que visa estimular o financiamento e o crescimento económico no espaço do euro.

Num contexto económico desfavorável é de perspectivar que os juros da zona euro se mantenham em níveis historicamente baixos durante um período de tempo prolongado. Do ponto de vista das famílias, isto deverá continuar a reflectir-se em encargos com a prestação da casa historicamente reduzidos.

O comportamento dos contratos de Forward Rate Agreement (FRA) atestam isso mesmo. Esses contratos que servem de orientação para a evolução da Euribor a três meses - indicam que o indexante deve manter-se estável em torno dos níveis actuais (0,09%) pelo menos até Setembro do próximo ano. Só a partir dessa altura, o indicador aponta para um incremento dos juros usados como referência na maioria dos créditos à habitação em Portugal. Apesar disso, a expectativa é de que as subidas do indexante a partir dessa altura sejam muito graduais.

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